|
RECOMEÇAR
|
|
|
03 setembro
2016
|
Uma crônica de Gilson Marcio Machado
|
|
RECOMEÇAR
|
A
quatro dias do aniversário de nossa independência do jugo português, vivemos um
momento histórico quase idêntico àquele de 1.822, quando, o Príncipe Regente do
Brasil, D. Pedro de Alcântara de Bragança , e sua tropa, às margens do Riacho
do Ipiranga, em São Paulo, numa parada
estratégica, ao ler uma carta recebida de Portugal que anulava a Assembleia
Constituinte e exigia sua volta imediata para a Metrópole, empunhou sua espada e bradou “Independência ou Morte”,
sabido , num gesto simbólico , pois a nação já estava em processo de
independência após a chegada anos atrás da Corte Portuguesa. O Príncipe Regente
passou a ser imperador do Brasil e levou o nome de D. Pedro I – Porque essa
comparação? Ora, estávamos até há poucos dias sob o jugo de um partido político
no poder, o PT – Partido dos Trabalhadores, por acaso ou não, como poderia ser
qualquer outra força populista em seu lugar, que em pouco mais de uma década
levou esse país a sua maior crise econômica, seguida de crise política e de
profunda insatisfação popular, que moveu multidões às ruas como dantes nunca
visto em tais proporções. Essa força política, composta por forças
sindicalistas, extremistas sob várias alcunhas, como Movimento dos Sem Terra,
Movimento dos Sem Teto, e outros vários estiveram no poder representados pelo
então carismático Luiz Inácio Lula da Silva, pernambucano de nascença e cria
política, ou o inverso, seu criador, do movimento sindical mais poderoso que
essa nação já conheceu, os Sindicatos dos Metalúrgicos do ABC. Nesse período a
nação foi saqueada por um universo de políticos e apadrinhados com os maiores
desvios de dinheiro público já vistos por essa nação, praticamente legalizando
o “modus operandi” de superfaturar obras públicas e de todos outros
fornecimentos privados ou não aos órgãos públicos. A corrupção dantes
simplória, mas vergonhosa, de mesma forma, tomou rumos endêmicos tamanha suas
proporções.
A
diferença entre o jugo português e o jugo petista é que antes saqueava-se o
país em nome de um governo colonialista ao qual o nosso país
estava dominado, há quatro séculos, como sua colônia e o jugo de uma
facção política que tentaram fazer de uma nação democrática, uma nação
bolivariana, movimento tão antigo e superado quanto ao reinado português de D.
João VI , que aliás já levou à bancarrota países ricos de reservas
petrolíferas, como a Venezuela, por estar sob o comando dos Chavistas,
bolivarianos por intuição e por erros ideológicos – seu povo está à mingua e
foge pelas fronteiras que conseguem, para saciar sua fome , não de poder ou de
idealismo, mas sim de comida mesmo. Ainda, sobre a Venezuela, sua economia está
destruída, o conceito capitalista democrático não mais existe e, existe sim uma
mistura de teoria de Bolívar, num mesclado de socialismo e comunismo, desde que
atendam os poderes exigidos pelos seus ditadores, desde Chaves até sua cria o
Maduro.
A
nação brasileira viu, petrificada, mais uma vez, uma governante que por 15
horas deste dia 30 de agosto de 2016, na tribuna do Senado, representava se
defender do processo de impeachment, num espetáculo cinematográfico, pois era
tudo encenação para um filme-documentário. Apesar de seguir um script escrito, não teve como fugir às perguntas
personalizadas que lhe fizeram cair a máscara da personagem da película e
deixar exposta sua verdadeira cara com fala confusa, embaraçada e sem nexo por
várias vezes.
Os
grandes estadistas que essa Nação já conhecera e, que deixaram marcos e fatos
significantes entrando para a história, ora pelos feitos, ora pelos fatos que
fizeram a nação mudar de rumo - podemos
enumerar:
.
Marechal Deodoro da Fonseca, o proclamador da república, mudando o regime de
império para República, em 15 de novembro de 1889 – Após 67 anos a monarquia
chegava ao fim no Brasil. Passamos a ser uma República onde seus governantes
seriam eleitos pelo sufrágio universal, o voto nas urnas.
. Getúlio
Dornelles Vargas, que esteve no poder por 2 períodos, sendo o primeiro de 1930
a 1945, e dividiu-se em 3 fazes: de 1930 a 1934 como chefe do Governo
Provisório, de 1934 a 1937 como Presidente da República do Governo
Constitucional, e de 1937 a 1945 como Presidente-Ditador, durante o chamado
Estado Novo implantado após um golpe de estado. No segundo período foi eleito
por voto direto, governou o Brasil por 3 ½ anos: de 31 de janeiro de 1951 até
24 de agosto de 1954, quando se suicidou no ano de 1954,
com um tiro no coração, em seu quarto, no Palácio do Catete, na cidade do Rio de Janeiro, então capital federal. Getúlio Vargas foi considerado o mais importante
presidente da história do Brasil. Sua influência se estende até hoje. A sua herança política é invocada por
pelo menos dois partidos políticos atuais: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
. O mineiro Juscelino Kubstichek de Oliveira,
fundador de Brasília, promovendo a descentralização do país, dantes limitado ao
eixo São Paulo & Rio de Janeiro. Foi eleito Presidente da República em 1955
com um programa de governo cujo slogan de campanha era “50 anos em 5”. Fez uma
aliança com 6 partidos. Na presidência, foi o responsável
pela construção de uma nova capital federal, Brasília, executando assim um antigo projeto para promover o desenvolvimento do
interior e a integração do país. Durante todo o seu mandato, o país viveu um
período de notável desenvolvimento econômico e relativa estabilidade política. No entanto, houve também um significativo
aumento da dívida interna, da dívida externa, e seu mandato terminou com
crescimento da inflação.
. O mato-grossense Jânio da Silva Quadros, que
com uma carreira política meteórica, passando pela Câmara Municipal, pela
Assembleia Legislativa e pelo Palácio dos Bandeirantes, como Governador de São
Paulo, chega à Presidência da República. Numa manobra política, em 25 de agosto
de 1961 renunciou na expectativa de voltar com controle do Senado Federal, mas
não funcionou seu plano – foi para o Guarujá, por onde ficou a bebericar gin
com tônica e a pintar obras de artes, por longos 10 anos. Sua renúncia trouxe
ao poder o Jango – João Belchior Marques Goulart. A renúncia de Jânio acentuou a situação de instabilidade política. Jango
estava na China e a Constituição era clara: o vice-presidente
deveria assumir o governo. Porém, os ministros militares se opuseram à posse,
pois viam nele uma ameaça ao país. Graças às mudanças propostas no Ministério
do Trabalho, muitos acreditavam que o vice-presidente mantinha vínculos com o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Apesar disso, não havia unanimidade nas altas esferas militares
sobre o veto a ele e acaba tomando posse. Sofre um golpe militar em 31 de março de 1964– os militares brasileiros
contavam com o apoio dos EUA que queriam a qualquer custo frear o avanço do
comunismo no Cone Sul, iniciado por Cuba.
. Ditadura militar – de 1964 a 1985 – os
militares ficaram no poder por longos 21 anos, sendo um período difícil para as
liberdades individuais, partidárias, e artísticas-culturais, pois os partidos
políticos foram extintos, ficando prevalecendo somente dois partidos, o do governo
ARENA e o da oposição MDB, e a censura era aplicada em todas as mídias, tais
como Televisão, Rádios, Jornais, Revistas, Letras de Músicas, Teatro e outras
mais. No governo militar o pais passou a figurar entre as maiores economias do
mundo, tendo ocorrido inclusive, o chamado Milagre Econômico; porém, nos
últimos anos do governo militar o pais passava por forte crise econômica e a
inflação começava a disparar.
. Os militares foram sucedidos por José Sarney,
vice na chapa do Presidente Civil eleito por um colegiado do congresso, o
mineiro Tancredo Neves que por um capricho do destino não conseguiu assumir,
pois veio a falecer antes de sua posse. O governo Sarney não foi marcado como
um governo de estadista, porém, implementou planos econômicos que deram certo
num primeiro momento, mas depois vieram a fracassar.
. Depois vieram os governos de Fernando Collor
de Mello que sofreu processo de impeachment, sendo sucedido por Itamar Franco,
seu vice, ocasião em que Fernando Henrique Cardoso foi ministro da fazenda e
implementou, após sucessivos planos econômicos de governos anteriores, o plano
real.
. Fernando Henrique Cardoso, assumiu a
presidência promovido pelo sucesso do Plano Real e governou por dois mandados,
tendo conseguido o feito de estabilizar a economia criando bases para o
desenvolvimento sustentável. Após o período de FHC chegou ao poder o PT –
Partido dos Trabalhadores, quando foi eleito o sindicalista Luiz Inacio Lula da
Silva.
Como já disse em outras oportunidades, o Sr.
Lula da Silva e o seu partido, o PT, perderam a grande oportunidade de passarem
para a história dessa nação, como o metalúrgico que fundou um partido, chegou
ao poder e implantou programas sociais, erradicou a corrupção, combateu os
colarinhos brancos e diminui a diferença entre os pobres e os ricos, mediante
uma melhor distribuição de rendas. Ao invés disto, pegou carona em programas
sociais deixados por governos anteriores, melhorando-os, pois, tinha um lastro
favorável por uma economia estável fruto da moeda real e só, o demais foi a sua
transformação e de sua equipe nos maiores colarinhos brancos corruptos que a
nação já conhecera. Do simplório, porém perigoso, metalúrgico de antes se
transformou no homem mais poderoso, pela força corruptiva, dessa nação, até as
desgraças começarem a bater às suas portas, motivadas pelas vacas gordas que se
findaram, não só foram parar nos frigoríficos Friboi, mas sim foram se rareando
pelas já escassas bonanças do Plano Real e os inúmeros desacertos da sua cria
Dilma Rousseff, certamente seu maior erro de vida. Hoje, Lula ainda, amarga o
desconforto de ser réu em duas ações das Polícias Federais, de Brasília e de
São Paulo e ainda outras várias por virem, objetos de estudos minuciosos da
Republica de Curitiba, nas mãos do juiz federal Dr. Sérgio Moro, homem reto e
corajoso que se projetou, diferentemente que o Sr. Lula da Silva, pela sua
coragem para enfrentar os poderosos dessa nação em sua operação Lava Jato,
reconhecida hoje internacionalmente, de como é possível combater a corrupção.
Em 31 de agosto de 2016, o julgamento do
impeachment de Dilma Rousseff chegou ao término, com 61 votos a favor e 20
votos contra. A presidente Dilma e o PT deixam o governo após 13 anos de poder
absoluto e com um projeto de permanecem no governo por outros tantos anos –
diz-se que queriam 30 anos. Assume definitivamente a Presidência da República,
o vice Michel Temer desta data até o dia 31 de dezembro de 2018, que
ironicamente não dispõe de apoio popular, mas é merecedor de credibilidade por
parte dos empresários, dos políticos, e de parte da população ativa desse país,
para colocar essa nação novamente nos trilhos do desenvolvimento. Quiçá,
obtenha êxito.