segunda-feira, 9 de outubro de 2017

O VERDE OLIVA COMBINA COM A FAIXA PRESIDENCIAL?









         O verde oliva combina com a faixa presidencial?






Paira no ar, melhor dizendo, nas nuvens cibernéticas, um anseio que não se pode chama-lo de saudosista pois são de homens da atual população ativa, que, portanto, não viveram como cidadãos ativos durante os anos 1964/1985, época do regime militar (mencionado pela maioria da população como “ditadura militar”). Os militares, tanto os da ativa e principalmente os da reserva têm pavor, segundo eles, dessa fictícia ditadura que nunca teria existido. O anseio certamente tem a ver da desilusão da população pela classe política, e não deveria ser por menos, pois vejamos:



. Dois Presidentes da República sofrem processo de impeachment num período de 31 anos, após o término do governo de 21 anos dos militares.

. A operação Lava Jato já levou para cadeia vários políticos, ex-ministros, ex-Presidente da Câmara Federal, empresários corruptores,  corruptos e tem ex-Presidente da República com condenação em primeira instância decretada e, o atual Presidente em exercício está sendo acusado  de corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de justiça e, uma infinidade de processos que tramitam na chamada República de Curitiba, sob a tutela do meritíssimo juiz Sérgio Moro, que em seu desfecho deverá requerer a construção de presídios com selas especiais para prisioneiros com curso superior.

. Não vou aqui me delongar nesse tema de corrupção, pois tem sido o aperitivo ou sobremesa dos jantares dos brasileiros há vários meses. Ninguém aguenta mais falar sobre isto...Pretendo, sim, expressar uma sensação de que paira no ar um desejo de que os militares assumam o comando da nação , pois é tanta corrupção, tanta esbórnia com os bens públicos, tanto roubo, e cada dia aumenta o número de praticantes descobertos de ações ilícitas, para não dizer roubos , não sobrando nem o candidato à Presidente das últimas eleições que concorreu com o apoio de cerca de 50 milhões de votantes, para uma decepção de mesma monta; Tancredo Neves deve ter se virado em seu caixão...

Se o povo não conta com seus parlamentares, com sua justiça, segundo esse mesmo povo, e nem sequer tem um Presidente da República credenciado, nem por ter sido escolhido e nem fazer por merecer o cargo, só restam os militares, com sua autoridade adquirida nos quarteis, pois, os políticos atuais dessa nação, deixam, e muito, a desejarem.

Tenho a sensação de que nos bastidores das casernas existe um desejo dos oficiais de menor escalão extrapolando para os quarteis generais que comungam com os sentimentos de boa parte do povo, ou seja, querem estar no comando, moralizando, prendendo os corruptos e corruptores, baixando atos institucionais e aqueles parlamentares que não forem presos, deverão sair de férias e sem remuneração.

Com uma canetada só deveriam, nesta hipótese de estarem no comando, acabarem com os partidos políticos que ultrapassam três dezenas – a mamata é muito boa, todos querem ter um partido...

Em 18 de Setembro passado um general da ativa, Antônio Hamilton Martins Mourão aventou a possibilidade de uma intervenção militar no país, por ocasião de um evento maçônico. Mexeu com os políticos, a imprensa e principalmente com os corruptos. Deu muito o que falar e, o assunto ricocheteou nos quarteis a exemplo de uma bala de fuzil...

 Naquela sexta-feira, Mourão declarou, em palestra na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, questionado sobre a possibilidade de intervenção militar no país, Mourão declarou: “Ou as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário, retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou então nós [Exército] teremos que impor isso”. “O que interessa é termos a consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer maneira, atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver haverá”.

Nascido em 1953 em Porto Alegre, Mourão comandou o CMS por cerca de um ano e meio. Ele foi nomeado em 2014 para esta função, após deixar a vice chefia do Departamento de Educação e Cultura do Exército. Além disso, ele comandou divisões do exército no Rio Grande do Sul e no Amazonas, participou da missão de paz em Angola, foi adido militar na Venezuela e instrutor na Academia Militar de Agulhas Negras.

O próprio Mourão nega que defenda uma tomada do poder, sabe-se lá a pressão que recebeu após essa entrevista em que se mostrou favorável à “intervenção militar”,

O General Mourão é um homem preparado, vi a sua palestra nessa ocasião da reunião maçônica e dá para se perceber que ele está muito bem informado sobre a política, economia, agricultura, finanças e até conhece profundamente temas com o déficit público, um tema que poucos governantes conhecem a fundo, mas todos sabem de cor e salteado a provocá-lo.

O que vem a ser exatamente essa lei de “intervenção militar constitucional” prevista na constituição de 88:

O artigo 142 da Constituição Federal,  dispõe que as Forças Armadas são instituições sob a autoridade suprema do Presidente da República e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Note-se que a autoridade suprema é do Presidente e sob suas ordens as Forças Armadas devem defender a Pátria, como, por exemplo, em resposta a agressão armada estrangeira, e os poderes constitucionais. Por fim, no caso de lei ou da ordem, podem agir se o Executivo, o Judiciário ou o Legislativo requererem.

Conforme dispõe o § 2º do art. 15 da Lei Complementar nº 97, de 1999, a atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.”



Está explicado? Para mim não, que sou leigo em Direito, muito mais ainda em Direito Constitucional. O assunto é complexo, principalmente no que tange a atual roubalheira e conchavos dos políticos e autoridades que ao que parece fizeram um “trato de sangue”, plagiando o Palocci, em extorquirem ao máximo possível os recursos públicos em benefícios próprios. Não se enquadraria em a necessidade de “preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio? ”



O país vive a pior crise política e econômica que se tem registro em sua República, mas dantes, no regime militar, os maiores investimentos em infraestrutura foram feitos, o país tinha um PIB de dois dígitos positivos,    vindo a ocorrer , inclusive, o chamado “Milagre Brasileiro”  tamanho o sucesso da política econômica do governo militar.

Se o verde oliva combina com a faixa presidencial   eu não sei, pois não entendo, também, de moda. Mas não importa, os militares quando no             governo usam trajes civis – só levam dos quarteis generais para os gabinetes a honra, a seriedade e a autoridade que são os legados de Caxias.





Gilson Marcio Machado