segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O BARQUINHO DE ALUMÍNIO

                                    O BARQUINHO DE ALUMÍNIO


Os meandros da lei são estranhos – mas funcionam! Como, por exemplo, aconteceu nos EUA com Al Capone, Alphonse Gabriel Capone (1899 - 1947), que foi um gângster ítalo-americano que liderava quadrilhas que se dedicavam ao contrabando e venda de bebidas, durante a Lei Seca que por lá vigorava nos anos 1920 e 1930, incluindo na sua vasta ficha criminal vários assassinatos, sem provas e, a evasão de impostos. Quando, em 1931, o criminoso número um dos norte-americanos parecia intocável, pois cometia uma gama imensa de crimes e além da polícia não conseguir pôr as mãos no todo poderoso pois esse não deixava pistas que pudessem incriminá-lo a ponto de a polícia não poder leva-lo às garras da justiça; ainda ostentava uma vida social junto a elite da época, acabou sendo preso, julgado e condenado pelo crime federal de sonegação fiscal, que já naquela época era um dos crimes graves nos EUA, diferente das nossas leis sobre o tema.

A justiça americana achou em seus meandros um meio de “botar as mãos” no criminoso usando outro crime aparentemente brando, comparado pelos crimes que Capone cometia e não deixava rastros. Além dos crimes de contrabando e venda de bebidas, controlava casas de jogos, bordéis, corridas de cavalo, clubes noturnos, destilarias e cervejarias. Chegou a faturar 100 milhões de dólares por ano durante a Lei Seca.

Al Capone foi condenado em 1931 a 11 anos de prisão pela sonegação de impostos. A sua pena foi revisada em 1939 em decorrência de seu estado de saúde que apresentava traços de distúrbios mentais provocado pela doença de sífilis, que o levou a morte em 1947 em sua residência.
No Brasil está acontecendo algo que não tem nenhuma semelhança com o gângster americano e seus crimes nos EUA; porém, o povo em passeatas, panelaços, e nas mídias de rádio, televisão, jornais, revistas e redes sociais apontam o ex-presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, como o grande chefão dos crimes cometidos no Petrolão, que estão sendo apurados pela operação Lava Jato; além do Mensalão que já havia deixado dúvidas junto ao povo quanto ao seu envolvimento.
A semelhança do ocorrido nos EUA nos anos 1920 e 1930 está somente no fato de que não existem provas quanto ao seu envolvimento nos crimes de corrupção do Mensalão e do Petrolão; porém, todos desconfiam de seu envolvimento, só faltando as provas.

Pela primeira vez o ex-presidente está sendo investigado, e aí que entra em cena o apartamento tríplex no Guarujá, o sítio em Atibaia e na investigação da venda de medidas provisórias para beneficiar montadoras de automóveis, e até um barco adquirido pela família, mas não se trata de um iate e muito menos uma lancha, é um simples barquinho de alumínio, estando mais para canoa que para iate. Mas pode ser uma das provas de que o sítio em Atibaia pertence realmente ao ex-presidente, apesar dos documentos do imóvel estarem no nome de um dos sócios (Jefferson Copola) do filho de Lula, Fábio Luis da Silva, o Lulinha. Além do barco comprado pela ex-primeira dama e levado para o sítio, houve também o cultivo de uma horta e a criação de gansos, o que evidencia que são providencias tomadas por proprietários dos imóveis e não de meras visitas ou amigos.
Existem muitas notícias falsas sobre a provável fortuna de Lula e sua família, incluindo a citação da revista Forbes, mas até então não passam de notícias falsas e a revista Forbes disse que o ex-presidente, ao ser questionada sobre o tema, que Lula estaria longe de ser considerado um dos homens mais ricos do país, e conforme declara, não tem nada com isto sobre os crimes de seus “companheiros” muitos já presos e muitos ainda em julgamento. Declara, também, que além de não ter nada com isto, também que não sabia de nada..
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Quanto a investigação da Operação Zelotes que é um novo inquérito que apura se funcionários públicos integraram suposto esquema de venda de Medidas Provisórias na gestão de Lula como presidente. Conforme o delegado Marlon Cajado, essas medidas provisórias teriam sido editadas para beneficiar montadoras de veículos. Os motivos da instauração desse novo inquérito policial e apurar se servidores públicos foram corrompidos e estariam associados vitimando-os e praticando o tráfico de influência. Estão citados no inquérito além de Luiz Inacio Lula da Silva, Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, Dyogo de Oliveira, número dois no Ministério da Fazenda e o ex-ministro Gilberto Carvalho que já é investigado.

Uma nova fase da Operação Lava Jato, chamada de Triplo X, vai fazer uma varredura em todos apartamentos do condomínio Solaris, no Guarujá – litoral sul de São Paulo, onde a empreiteira OAS é investigada por participar do Petrolão; seu ex-presidente, Léo Pinheiro, amigo íntimo de Lula e que está preso há vários meses. Segundo Léo, conforme a revista Veja, Lula pediu que cuidasse da reforma do seu sítio em Atibaia.

O certo é que a Operação Lava Jato está chegando próximo a Lula e ao próprio palácio do Planalto, e isso inclui a família do ex-presidente. Existem muitos “laranjas” nesses esquemas de corrupção, como em todo crime camuflado; adicionando-se o aspecto corporativo, tamanho o envolvimento de políticos nesse processo, um protege até onde der o outro, e quase todos estão envolvidos. Mas as delações premiadas estão trazendo à tona muitos fatos comprometedores e provas para condenações. Bendito seja o juiz federal do Paraná, Meritíssimo Dr. Sérgio Moro – o povo brasileiro está contigo...

Uma crônica de
Gilson Marcio Machado

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