domingo, 25 de janeiro de 2015

MADRUGADA DE VERÃO

                                          Madrugada de Verão

     Que calor escaldante tem feito estes dias ! E, o verão mal começou pois estamos em fins de janeiro. Aqui na parte de baixo de meu sobrado, nesta madrugada, até que está menos sufocante que sua parte superior, nos quartos, creio que seja por estar mais distante do telhado que recebe diretamente os raios solares durante o dia.

     Este corpo molhado que adere às cadeiras suas costas nuas, para uma mera sensação de conforto, ilusória acho, que no final das contas você fica até mais desprotegido sem sua camisa; é só lembrar dos beduínos que no deserto nos lombos de camelos usam casacos pesados e escuros feitos de lã de ovelhas para se protegerem do sol, que lhes garantem uma temperatura de até menos 8º que a exterior,  se considerar a sensação térmica o conforto é maior ainda, se assim pudéssemos definir.

   Agora que mais precisamos d’água para nos banharmos pelo menos umas três vezes ao dia, conforme costume em várias regiões brasileiras, um pela manhã, um no decorrer da tarde por vezes no próprio escritório,  inclusive, com a troca de roupas íntimas e de camisa e o último à noite ; porém, estamos impossibilitados de desfrutar desse conforto e ato higiênico, pois faltam água em nossas caixas d’água, pois a pouca que ainda a temos está racionada como se estivéssemos num deserto e com nossas cotas d’água guardadas a sete chaves.

    Estamos nos retrocedendo em nossos hábitos animalescos, vimo-nos  cheirando a nós mesmos e com receio de que sintam nossos odores, à moda animal que gostam de cheirar seus semelhantes, até em  partes intimas. O pior de tudo é que esse odor não o é imaginário pois o é real aos nossos olfatos, é uma mistura de suor que extrapolamos pelos poros juntamente com a água vem outros elementos como os odores dos temperos de nossas refeições e suas gorduras , das bebidas alcoólicas ingeridas e em alguns misturados nessa química desodorantes com essências que caem bem a alguns e a outros não. Enfim, é uma meleca só, gordurosa e colante aos encostos de cadeiras, poltronas e até nos nossos lençóis, o que é um sacrilégio pois esses folham nossos ninhos de amor.

      O pior que essa reação da mãe-natureza, falando dos distúrbios climáticos, vai continuar e cada vez mais acentuada. Um calor sufocante, falta d’água cada vez mais preocupante, pois chove intensamente a ponto de provocar alagamentos, quedas de árvores, de postes de transmissão de energia, raios assassinos e os reservatórios não reagem, são como  uma esponja que você pinga algumas gotículas d’água sem nada adiantar, tamanha a secura dos nossos reservatórios.

        Esses nossos corpos ensebados, roupas reusadas e suadas, carros, calçadas , quintais e até nossos talheres empilhados nas pias de nossas cozinhas sujos , vão continuar e as perspectivas são para piorar. Que São Pedro nos ajude...

        Mas ainda bem que temos nossos ventiladores, aparelhos de ar-condicionado, que nos ajudam nesse calor nosso de cada dia. Epa ! Black out dia 19 de janeiro . O governo corre para descobrir o que houve e como sempre mente, diz que foi uma falha numa rede de transmissão, ora diz que pode ter sido falha humana, mas a verdade é que a ONS-Operador Nacional do Sistema Elétrico determinou uma redução na transmissão de energia em Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste às distribuidoras de 10% em seus consumos, naquele momento, para evitar um apagão geral com consequências mais graves.

       Agora além da falta d’água nos reservatórios das cidades , está faltando também nas represas das hidrelétricas. O governo diz que não haverá problemas pois as termoelétricas compensarão a falta das hidroelétricas, porém especialistas do setor afirmam que essas também já estão em seu limite. Ainda bem que estamos com a economia em baixa, pois se não estivesse o setor enérgico estaria um verdadeiro caos.
      A população ativa ao sair de casa pela manhã fica imaginando o que a espera no dia que começa; haverá tempestade em que local, cairão mais árvores, ficaremos sem energia, faltará água quando voltar para casa ? E, os congestionamentos ?

     Dias atrás em minha região onde moro em São Paulo, ficamos por 26 horas sem água, luz, telefone, internet – ficamos naquele calor sufocante à luz de velas. Como pode ocorrer isso na maior e mais rica metrópole brasileira, a qualquer chuva de verão a energia falta e fica por horas , noites ou dias sua falta, o que provoca deterioração de alimentos em nossas geladeiras, além dos desconfortos mencionados. A rede de transmissão elétrica na cidade de tal porte e importância econômica deveria ser subterrânea e não essa aérea já superada.

     A coisa está tão complicada que estou inventando compromissos somente para sair de casa e desfrutar do ar condicionado do carro, e, ir a locais como os Shoppings onde sabemos que tem ar condicionado. Tem gente frequentando clubes, não para exercitar, mas sim para se banhar nos chuveiros do clube...

    O que é mais preocupante é que alguns especialistas dizem que o nível das represas tanto de fornecimento de água à população, quanto às hidrelétricas levarão de 4 a 5 anos para voltarem ao normal , e se acontecer !


   O mais alarmante é que este ano será mais caótico do que o anterior ; e, o ano mal começou e já nos sentimos em calamidade pública.

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