Depois
de quase um ano de idas e vindas, o ex-presidente da Câmara Federal, o deputado
federal Eduardo Cunha, foi cassado, perdendo seu cargo que o mantinha sob
imunidade perante a justiça comum, perda de todos benefícios e salários
concernentes ao cargo, incluindo, a devolução do apartamento funcional, o qual
ocupava depois que foi exonerado de seu cargo de Presidente da Câmara.
Com
a perda de seu mandato, os processos em andamento em foro privilegiado são
transferidos à justiça comum, mais especificamente ao juiz federal Sérgio Moro
e, não são poucas as acusações contra Cunha – algumas delas podem lhe render
dezenas de anos de prisão:
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São 11 procedimentos contra ele: duas ações penais, cinco inquéritos, dois
pedidos de investigação, uma ação que tratava do afastamento do cargo de
deputado e um pedido de prisão. Segundo Rodrigo Janot que acusava Eduardo Cunha
de utilizar a Câmara dos Deputados para tentar atrapalhar as investigações
contra ele. Agora depois da cassação, a expectativa do Ministério Público é de
que o pedido de prisão seja arquivado pelo ministro Teori Zavascki, relator da
Lava Jato.
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Dois inquéritos e uma ação que envolvem pessoas com direito a foro privilegiado
devem continuar nas mãos do Supremo e do Tribunal Regional Federal, mas a ação
penal em que Cunha é acusado de ter utilizado contas na Suíça para receber propina
deve ser enviada para o juiz Sérgio Moro.
Cunha
sofreu uma rejeição maciça dos seus pares, foram 490 votos a favor da cassação
contra unicamente 10 votos contra. Deixou a Câmara Federal sob vaia, depois de
um bom tempo como influente político, especialista em manobras políticas e ter
sido peça importante no processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Fora
um triste desfecho de um político que juntamente com outro poderoso no
Congresso Nacional, Renan Calheiros, deu as cartas por longo tempo, apesar de várias
denúncias de corrupção e, o povo sem poder de justiça, resumia-se a ir às ruas
exigir mudanças nos tão desprestigiados poderes constituídos, tanto o
legislativo quanto ao executivo.
Até
que enfim, o povo se sente mais uma vez vitorioso, mais um cacique da república
cai em pouco tempo, restando ainda alguns outros que quiçá tenham o mesmo
destino. E, esperamos, que a caneta do juiz Sérgio Moro funcione, para que o
povo tenha força para resgatar sua honra de ser brasileiro, já há algum tempo
abalada.
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