quarta-feira, 21 de setembro de 2016

ATÉ QUE ENFIM - CUNHA É CASSADO


ATÉ QUE ENFIM – CUNHA É CASSADO

17/09/2016
Uma crônica de Gilson Marcio Machado

 


Depois de quase um ano de idas e vindas, o ex-presidente da Câmara Federal, o deputado federal Eduardo Cunha, foi cassado, perdendo seu cargo que o mantinha sob imunidade perante a justiça comum, perda de todos benefícios e salários concernentes ao cargo, incluindo, a devolução do apartamento funcional, o qual ocupava depois que foi exonerado de seu cargo de Presidente da Câmara.
Com a perda de seu mandato, os processos em andamento em foro privilegiado são transferidos à justiça comum, mais especificamente ao juiz federal Sérgio Moro e, não são poucas as acusações contra Cunha – algumas delas podem lhe render dezenas de anos de prisão:
- São 11 procedimentos contra ele: duas ações penais, cinco inquéritos, dois pedidos de investigação, uma ação que tratava do afastamento do cargo de deputado e um pedido de prisão. Segundo Rodrigo Janot que acusava Eduardo Cunha de utilizar a Câmara dos Deputados para tentar atrapalhar as investigações contra ele. Agora depois da cassação, a expectativa do Ministério Público é de que o pedido de prisão seja arquivado pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato.
- Dois inquéritos e uma ação que envolvem pessoas com direito a foro privilegiado devem continuar nas mãos do Supremo e do Tribunal Regional Federal, mas a ação penal em que Cunha é acusado de ter utilizado contas na Suíça para receber propina deve ser enviada para o juiz Sérgio Moro.
Cunha sofreu uma rejeição maciça dos seus pares, foram 490 votos a favor da cassação contra unicamente 10 votos contra. Deixou a Câmara Federal sob vaia, depois de um bom tempo como influente político, especialista em manobras políticas e ter sido peça importante no processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Fora um triste desfecho de um político que juntamente com outro poderoso no Congresso Nacional, Renan Calheiros, deu as cartas por longo tempo, apesar de várias denúncias de corrupção e, o povo sem poder de justiça, resumia-se a ir às ruas exigir mudanças nos tão desprestigiados poderes constituídos, tanto o legislativo quanto ao executivo.

Até que enfim, o povo se sente mais uma vez vitorioso, mais um cacique da república cai em pouco tempo, restando ainda alguns outros que quiçá tenham o mesmo destino. E, esperamos, que a caneta do juiz Sérgio Moro funcione, para que o povo tenha força para resgatar sua honra de ser brasileiro, já há algum tempo abalada.

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