O verde oliva combina com a faixa presidencial?
Paira no ar, melhor dizendo, nas nuvens cibernéticas, um
anseio que não se pode chama-lo de saudosista pois são de homens da atual
população ativa, que, portanto, não viveram como cidadãos ativos durante os
anos 1964/1985, época do regime militar (mencionado pela maioria da população
como “ditadura militar”). Os militares, tanto os da ativa e principalmente os
da reserva têm pavor, segundo eles, dessa fictícia ditadura que nunca teria
existido. O anseio certamente tem a ver da desilusão da população pela classe
política, e não deveria ser por menos, pois vejamos:
. Dois Presidentes da República sofrem processo de
impeachment num período de 31 anos, após o término do governo de 21 anos dos
militares.
. A operação Lava Jato já levou para cadeia vários políticos,
ex-ministros, ex-Presidente da Câmara Federal, empresários corruptores, corruptos e tem ex-Presidente da República com
condenação em primeira instância decretada e, o atual Presidente em exercício
está sendo acusado de corrupção
passiva, organização criminosa e obstrução de justiça e, uma infinidade de processos que tramitam na chamada República de
Curitiba, sob a tutela do meritíssimo juiz Sérgio Moro, que em seu desfecho
deverá requerer a construção de presídios com selas especiais para prisioneiros
com curso superior.
. Não vou aqui me delongar nesse tema de corrupção, pois tem
sido o aperitivo ou sobremesa dos jantares dos brasileiros há vários meses.
Ninguém aguenta mais falar sobre isto...Pretendo, sim, expressar uma sensação
de que paira no ar um desejo de que os militares assumam o comando da nação ,
pois é tanta corrupção, tanta esbórnia com os bens públicos, tanto roubo, e
cada dia aumenta o número de praticantes descobertos de ações ilícitas, para
não dizer roubos , não sobrando nem o candidato à Presidente das últimas eleições
que concorreu com o apoio de cerca de 50 milhões de votantes, para uma decepção
de mesma monta; Tancredo Neves deve ter se virado em seu caixão...
Se o povo não conta com seus parlamentares, com sua justiça,
segundo esse mesmo povo, e nem sequer tem um Presidente da República
credenciado, nem por ter sido escolhido e nem fazer por merecer o cargo, só
restam os militares, com sua autoridade adquirida nos quarteis, pois, os políticos
atuais dessa nação, deixam, e muito, a desejarem.
Tenho a sensação de que nos bastidores das casernas existe um
desejo dos oficiais de menor escalão extrapolando para os quarteis generais que
comungam com os sentimentos de boa parte do povo, ou seja, querem estar no
comando, moralizando, prendendo os corruptos e corruptores, baixando atos
institucionais e aqueles parlamentares que não forem presos, deverão sair de
férias e sem remuneração.
Com uma canetada só deveriam, nesta hipótese de estarem no
comando, acabarem com os partidos políticos que ultrapassam três dezenas – a
mamata é muito boa, todos querem ter um partido...
Em 18 de
Setembro passado um general da ativa, Antônio Hamilton Martins Mourão aventou a
possibilidade de uma intervenção militar no país, por ocasião de um evento
maçônico. Mexeu com os políticos, a imprensa e principalmente com os corruptos.
Deu muito o que falar e, o assunto ricocheteou nos quarteis a exemplo de uma
bala de fuzil...
Naquela sexta-feira, Mourão declarou, em
palestra na Loja Maçônica Grande Oriente, em Brasília, questionado sobre a
possibilidade de intervenção militar no país, Mourão declarou: “Ou
as instituições solucionam o problema político, pela ação do Judiciário,
retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos, ou
então nós [Exército] teremos que impor isso”. “O que interessa é termos a
consciência tranquila de que fizemos o melhor e que buscamos, de qualquer
maneira, atingir esse objetivo. Então, se tiver que haver haverá”.
Nascido em 1953 em
Porto Alegre, Mourão comandou o CMS por cerca de um ano e meio. Ele foi nomeado
em 2014 para esta função, após deixar a vice chefia do Departamento de Educação
e Cultura do Exército. Além disso, ele comandou divisões do exército no Rio
Grande do Sul e no Amazonas, participou da missão de paz em Angola, foi adido
militar na Venezuela e instrutor na Academia Militar de Agulhas Negras.
O próprio Mourão nega que defenda uma tomada do poder, sabe-se
lá a pressão que recebeu após essa entrevista em que se mostrou favorável à
“intervenção militar”,
O General Mourão é um homem preparado, vi a sua palestra
nessa ocasião da reunião maçônica e dá para se perceber que ele está muito bem
informado sobre a política, economia, agricultura, finanças e até conhece
profundamente temas com o déficit público, um tema que poucos governantes
conhecem a fundo, mas todos sabem de cor e salteado a provocá-lo.
O que vem a ser exatamente essa lei de “intervenção militar
constitucional” prevista na constituição de 88:
O artigo 142 da Constituição
Federal, dispõe que as Forças Armadas
são instituições sob a autoridade suprema do Presidente da República e
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por
iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Note-se que a autoridade
suprema é do Presidente e sob suas ordens as Forças Armadas devem defender a
Pátria, como, por exemplo, em resposta a agressão armada estrangeira, e os
poderes constitucionais. Por fim, no caso de lei ou da ordem, podem agir se o
Executivo, o Judiciário ou o Legislativo requererem.
Conforme dispõe o § 2º do art. 15 da Lei Complementar nº 97, de 1999, a atuação das Forças
Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes
constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do
Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio.”
Está explicado? Para mim não, que sou leigo em
Direito, muito mais ainda em Direito Constitucional. O assunto é complexo,
principalmente no que tange a atual roubalheira e conchavos dos políticos e
autoridades que ao que parece fizeram um “trato de sangue”, plagiando o
Palocci, em extorquirem ao máximo possível os recursos públicos em benefícios
próprios. Não se enquadraria em a necessidade de “preservação da ordem pública
e da incolumidade das pessoas e do patrimônio? ”
O país vive a pior crise política e econômica que
se tem registro em sua República, mas dantes, no regime militar, os maiores
investimentos em infraestrutura foram feitos, o país tinha um PIB de dois
dígitos positivos, vindo a ocorrer , inclusive, o chamado
“Milagre Brasileiro” tamanho o sucesso
da política econômica do governo militar.
Se o verde oliva combina com a faixa
presidencial eu não sei, pois não
entendo, também, de moda. Mas não importa, os militares quando no governo usam trajes civis – só
levam dos quarteis generais para os gabinetes a honra, a seriedade e a
autoridade que são os legados de Caxias.
Gilson Marcio Machado
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