Estar no controle
Muitos amigos e
conhecidos já se foram, apesar de jovens ainda, pelos padrões dos sessentões.
Queriam viver muito , como todos, mas uns morreram acidentalmente, outros por
doenças que lhes foram fatais e outros por não colaboravam com eles mesmos; é o
que dá quando se acha que “está no
controle”. São as malfadadas drogas lícitas : o álcool e o cigarro , muitos
faziam uso das mesmas , a exemplo de muitas pessoas, e se achavam estarem no
controle, ou seja, uns fumavam, ou bebiam, e ou dois vícios juntos há ¼ e até ½
de século, mas os fumantes não se preocupavam com o risco do câncer ou enfisema
pulmonar, pois seus pulmões estariam bons, visíveis num raio x, mas se tirassem
um ultrassom ou fizessem uma ressonância magnética veriam que os malefícios do
fumo são bem visíveis, e deixariam de pensar que esses males somente ocorrem
com os outros; e, os alcoólatras nunca gostavam de falar em cirrose hepática,
pois só aconteciam com os outros...
Um dos maiores problemas
dessa natureza é o consumo de álcool. Somos alcoólatras ou não, não há meio
termo. Se faz uso constante do álcool
e gosta de repetir a dose – é um alcoólatra, e deixe dessa enganação de ser
bebedor social, está enganando a si mesmo e aos outros, principalmente aqueles
que fazem uso do álcool no anonimato. Beber socialmente é quem só faz uso do
álcool em ocasiões especiais como: festas, comemorações e confraternizações. Como
existem também pessoas que não bebem de forma nenhuma por vários motivos , tais
como : por princípio, pela religião (apesar de que Cristo tomava vinho), por
traumas domésticos adquiridos em família devido a algum alcoólatra que é ou foi
ligado e pessoas cujos organismos não toleram o álcool.
O maior
problema dos alcoólatras – acham que estão no controle : parariam a qualquer
momento. Mesmo com a disposição de familiares em ajudarem com internações em
clinicas de desintoxicação, ou até mesmo conselhos de frequentar um A.A (Alcoólatras
Anônimos) , não aceitam, pois estão certos que podem parar sozinhos. Ledo
engano, assim foi que perdi alguns amigos.
Portanto, parem
com essa balela de que “estão no controle” com o uso dessas drogas lícitas;
vocês na realidade estão sim escravizados por elas, ou seja, estão absolutamente
na dependência química do álcool , da nicotina e dezenas de outros componentes
do cigarro. Melhor admitir e achar que é dependente e não sentar no “rabo” e
criticar a outrem pelas suas dependências.
Já nas bastassem
as fatalidades da vida – acidentes automobilísticos, atropelamentos,
latrocínios, e estarmos sujeitos a contrair doenças crônicas ou até fatais, não
vamos colaborar com o aumento de probabilidades de problemas de saúde. Como diz o velho ditado: “Se conselho fosse bom seria vendido”, mas aqui vão algumas dicas
de um sessentão:
Deixar de fumar :
. Reduzir gradativamente não funciona. Você tem que tomar sua
decisão e se convencer de que vai parar, portanto, não adianta reduzir, usar
remédios, emplastos ou outro subterfúgio qualquer, o que resolve é a
determinação.
, Se decidir programe para dar o “basta” num final de semana,
e aproveite para não sair da cama, nem escove os dentes, alimente-se no quarto
mesmo, assista TV para o tempo passar. A maioria das pessoas não fuma no
quarto, daí o motivo de ficar em um num fim de semana ajudará você a passar o
choque da abstinência nas primeiras 48
horas. Aquente firme na sequência da semana, carregue os cigarros no bolso normalmente,
mas não os ponha na boca. Se conseguir aguentar uma semana – pronto , está
livre, o difícil já passou e agora só depende de sua determinação.
Deixar o álcool :
Para alguns é mais difícil que deixar o cigarro e também há o
inverso. A verdade é que o alcoolismo é uma doença, não uma irresponsabilidade
ou qualquer outro predicado; como disse, quem bebe regularmente é alcoólatra e
é uma doença. Os familiares, esposa e filhos, irmãos nem tanto, por vezes estão
no mesmo barco, tem que admitirem isso e ajudarem na maneira do possível, já
não criticando ou agredindo moralmente o alcoólatra seu de cada dia; já seria
uma grande ajuda.
O alcoólatra tem
que admitir que o é e deixar de dizer que está “no controle”. Para parar requer
uma grande determinação e força de vontade “pra ninguém botar defeito”; se não
o conseguir sozinho procure por ajuda de um AA (Alcoólicos anônimos), pois além
do orientador você estará junto a outras pessoas exatamente na mesma situação;
funciona como uma terapia em grupo, um ajuda ao outro. Ajuda muito o indivíduo
pensar que pode parar e que poderá voltar a fazer uso do álcool , é isso mesmo,
enganar a si mesmo.
Não adianta
tentativas de despejar as suas bebidas na pia, evitar os amigos no "happy hour" ;
toque a vida normalmente – o que tem ter é determinação. E, cuidado para não
ingerir algo acidentalmente, como comer um bombom recheado com rum ou comer
algum alimento temperado com vinho, pois poderia ter uma recaída.
Enquanto não está
nem ai com o assunto e continuar se achando “no controle”, evite ao menos
bebidas de baixa qualidade e procure sempre comer algo para não bombardear o
seu estomago vazio com o álcool. Tomar um complexo “B” de vez enquanto para ajudar ao seu fígado e sais minerais seriam de bom arbítrio sua reposição, pois
o álcool desidrata e absorve os sais minerais de seu organismo.
Se realmente
consegue beber somente socialmente, muito bom, aproveite bem um dos prazeres da
vida; mas , se é um alcoólatra é bom se convencer que nunca se está no controle,
as suas glândulas do prazer estão sempre te instigando a tomar mais uma dose.
Pense bem no assunto.
Um brinde à vida !
Saúde !
CRÔNICA SEMANAL DE GILSON MARCIO MACHADO
Jornal Tribuna Regional
Nenhum comentário:
Postar um comentário