sábado, 11 de outubro de 2014

ESTAR NO CONTROLE

                                             Estar no controle

          Muitos amigos e conhecidos já se foram, apesar de jovens ainda, pelos padrões dos sessentões. Queriam viver muito , como todos, mas uns morreram acidentalmente, outros por doenças que lhes foram fatais e outros por não colaboravam com eles mesmos; é o que dá quando se acha que “está no controle”. São as malfadadas drogas lícitas : o álcool e o cigarro , muitos faziam uso das mesmas , a exemplo de muitas pessoas, e se achavam estarem no controle, ou seja, uns fumavam, ou bebiam, e ou dois vícios juntos há ¼ e até ½ de século, mas os fumantes não se preocupavam com o risco do câncer ou enfisema pulmonar, pois seus pulmões estariam bons, visíveis num raio x, mas se tirassem um ultrassom ou fizessem uma ressonância magnética veriam que os malefícios do fumo são bem visíveis, e deixariam de pensar que esses males somente ocorrem com os outros; e, os alcoólatras nunca gostavam de falar em cirrose hepática, pois só aconteciam com os outros...

        Um dos maiores problemas dessa natureza é o consumo de álcool. Somos alcoólatras ou não, não há meio termo. Se faz uso constante do    álcool e gosta de repetir a dose – é um alcoólatra, e deixe dessa enganação de ser bebedor social, está enganando a si mesmo e aos outros, principalmente aqueles que fazem uso do álcool no anonimato. Beber socialmente é quem só faz uso do álcool em ocasiões especiais como: festas, comemorações e confraternizações. Como existem também pessoas que não bebem de forma nenhuma por vários motivos , tais como : por princípio, pela religião (apesar de que Cristo tomava vinho), por traumas domésticos adquiridos em família devido a algum alcoólatra que é ou foi ligado e pessoas cujos organismos não toleram o álcool.

        O maior problema dos alcoólatras – acham que estão no controle : parariam a qualquer momento. Mesmo com a disposição de familiares em ajudarem com internações em clinicas de desintoxicação, ou até mesmo conselhos de frequentar um A.A (Alcoólatras Anônimos) , não aceitam, pois estão certos que podem parar sozinhos. Ledo engano, assim foi que perdi alguns amigos.

        Portanto, parem com essa balela de que “estão no controle” com o uso dessas drogas lícitas; vocês na realidade estão sim escravizados por elas, ou seja, estão absolutamente na dependência química do álcool , da nicotina e dezenas de outros componentes do cigarro. Melhor admitir e achar que é dependente e não sentar no “rabo” e criticar a outrem pelas suas dependências.

       Já nas bastassem as fatalidades da vida – acidentes automobilísticos, atropelamentos, latrocínios, e estarmos sujeitos a contrair doenças crônicas ou até fatais, não vamos colaborar com o aumento de probabilidades de problemas de saúde. Como diz o velho ditado: “Se conselho fosse bom seria vendido”, mas aqui vão algumas dicas de um sessentão:

Deixar de fumar :

. Reduzir gradativamente não funciona. Você tem que tomar sua decisão e se convencer de que vai parar, portanto, não adianta reduzir, usar remédios, emplastos ou outro subterfúgio qualquer, o que resolve é a determinação.
, Se decidir programe para dar o “basta” num final de semana, e aproveite para não sair da cama, nem escove os dentes, alimente-se no quarto mesmo, assista TV para o tempo passar. A maioria das pessoas não fuma no quarto, daí o motivo de ficar em um num fim de semana ajudará você a passar o choque da abstinência  nas primeiras 48 horas. Aquente firme na sequência da semana, carregue os cigarros no bolso normalmente, mas não os ponha na boca. Se conseguir aguentar uma semana – pronto , está livre, o difícil já passou e agora só depende de sua determinação.

Deixar o álcool :

    Para alguns é mais difícil que deixar o cigarro e também há o inverso. A verdade é que o alcoolismo é uma doença, não uma irresponsabilidade ou qualquer outro predicado; como disse, quem bebe regularmente é alcoólatra e é uma doença. Os familiares, esposa e filhos, irmãos nem tanto, por vezes estão no mesmo barco, tem que admitirem isso e ajudarem na maneira do possível, já não criticando ou agredindo moralmente o alcoólatra seu de cada dia; já seria uma grande ajuda.

     O alcoólatra tem que admitir que o é e deixar de dizer que está “no controle”. Para parar requer uma grande determinação e força de vontade “pra ninguém botar defeito”; se não o conseguir sozinho procure por ajuda de um AA (Alcoólicos anônimos), pois além do orientador você estará junto a outras pessoas exatamente na mesma situação; funciona como uma terapia em grupo, um ajuda ao outro. Ajuda muito o indivíduo pensar que pode parar e que poderá voltar a fazer uso do álcool , é isso mesmo, enganar a si mesmo.

     Não adianta tentativas de despejar as suas bebidas na pia, evitar os amigos no "happy hour" ; toque a vida normalmente – o que tem ter é determinação. E, cuidado para não ingerir algo acidentalmente, como comer um bombom recheado com rum ou comer algum alimento temperado com vinho, pois poderia ter uma recaída.

     Enquanto não está nem ai com o assunto e continuar se achando “no controle”, evite ao menos bebidas de baixa qualidade e procure sempre comer algo para não bombardear o seu estomago vazio com o álcool. Tomar um complexo “B” de vez enquanto para ajudar ao seu fígado e sais minerais seriam de bom arbítrio sua reposição, pois o álcool desidrata e absorve os sais minerais de seu organismo.

     Se realmente consegue beber somente socialmente, muito bom, aproveite bem um dos prazeres da vida; mas , se é um alcoólatra é bom se convencer que nunca se está no controle, as suas glândulas do prazer estão sempre te instigando a tomar mais uma dose. Pense bem no assunto.


    Um brinde à vida ! Saúde !

                         CRÔNICA SEMANAL DE GILSON MARCIO MACHADO
                                             Jornal Tribuna Regional

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